O Periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus), também conhecido como maritaca, é uma ave da família Psittacidae, amplamente distribuída pelo Brasil e por outros países da América do Sul, como Argentina, Bolívia e Paraguai. Com seu comportamento ativo e vocalizações estridentes, é uma presença marcante nas paisagens onde vive.
O Periquitão-maracanã habita uma variedade de ecossistemas, desde florestas tropicais, cerrados e matas de galeria até áreas urbanas. Adaptável, essa espécie se encontra tanto em áreas de mata densa quanto em regiões abertas ou mesmo em cidades, onde frequentemente é vista em bandos ruidosos. Eles se aninham em cavidades de árvores, mas também podem utilizar buracos em edifícios.
Sua dieta é predominantemente frugívora, alimentando-se de frutos nativos, como goiaba, manga, e sementes. No entanto, o Periquitão-maracanã também consome flores, brotos e, ocasionalmente, insetos, o que demonstra sua capacidade de se adaptar a diferentes tipos de alimento. Em áreas urbanas, é comum vê-los se alimentando de frutos cultivados em quintais e parques. Quando em busca de alimento, formam bandos barulhentos que podem causar danos a plantações, o que gera conflito com agricultores.
Essa espécie é altamente social e geralmente avistada em bandos, especialmente em época de reprodução. Suas vocalizações são estridentes e podem ser ouvidas a grandes distâncias. O Periquitão-maracanã é conhecido por ser um ótimo voador, capaz de cobrir grandes distâncias à procura de alimentos ou locais para repouso. Durante o período reprodutivo, essas aves podem ser vistas em pares, ocupando ninhos em cavidades ou buracos em árvores.
A reprodução ocorre geralmente entre os meses de setembro e fevereiro, com os ninhos sendo feitos em cavidades de árvores ou até em cavidades artificiais. A fêmea põe de três a cinco ovos, que são incubados por cerca de 25 dias. Ambos os pais participam ativamente da alimentação e proteção dos filhotes.
Embora não esteja classificada como uma espécie ameaçada, o Periquitão-maracanã enfrenta pressões devido à destruição de seu habitat, como a derrubada de florestas e a expansão urbana. No entanto, sua alta adaptabilidade tem permitido que a espécie se mantenha estável, inclusive em ambientes urbanos. O tráfico ilegal de aves também representa uma ameaça, já que o Periquitão-maracanã é frequentemente capturado para o comércio de animais de estimação devido à sua beleza e comportamento.
Ecologicamente, o Periquitão-maracanã desempenha um papel importante como dispersor de sementes. Ao se alimentar de frutos, a ave contribui para a disseminação de sementes em diferentes áreas, ajudando na regeneração de florestas e outros habitats. Além disso, por consumir insetos e brotos, também ajuda no controle populacional de certas pragas e na manutenção do equilíbrio ecológico.