Saíra-sete-cores
A saíra-sete-cores é uma ave passeriforme da família Thraupidae. Também conhecida como saíra-de-bando e saí-de-sete-cores (Descourtilz).
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (tupi) tangará = dançarino; e do (alemão) seledonkopf = nome dado a este pássaro verde por Statius Müller (1776), derivado do francês céladon = verde-claro. ⇒ Dançarino verde claro ou dançarino seledon.
Características
Mede cerca de 13,5 centímetros de comprimento e pesa cerca de 18 gramas.
O macho adulto apresenta plumagem complexa e brilhante. Cabeça, nuca e queixo são de coloração turquesa. Uma banda larga verde-amarelo pálido atravessa a nuca e o manto superior, e estende-se em torno dos lados do pescoço para até a garganta. Os ombros são negros e as coberteiras primárias azul violeta. O uropígio é amarelo-alaranjado e a parte superior da cauda azul-turquesa. A cauda é preta com bordas verde-claras na base, ficando azul turquesa distalmente. As penas de voo são pretas com bordas largas verdes pálidos. Nas partes inferiores, parte inferior da garganta e o peito superior são negros, a parte central do peito é azul-turquesa. O ventre é verde. O bico é preto e sua base apresenta plumagem preta. Os olhos são escuros com uma região ao redor dos olhos com plumagem preta. Os tarsos e pés são pretos.
A fêmea tem a plumagem bastante semelhante a plumagem do macho, mas ela apresenta a coloração menos intensa aparentando ter as cores mais apagadas.
O imaturo é muito parecido com a fêmea, mas muito menos colorido do que os adultos. Falta ao imaturo a cor viva do uropígio do adulto.
Subespécies
Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies).
Alimentação
Alimenta-se de frutas silvestres, tendo aparente preferência por frutinhos pequenos e de coloração escura, como os das inúmeras espécies de Melastomataceae (Miconia spp, Clidemia spp, etc), várias espécies de Myrtaceae (Eugenia spp, Myrcia spp, Psidium spp, Calyptranthes spp, Campomanesia spp, etc), Trema micrantha (Cannabaceae), Psychotria vellosiana (Rubiaceae), Urera spp, Cecropia spp (Urticaceae), Cupania spp, Paulinia spp (Sapindaceae), Clusia spp (Clusiaceae) e uma infinidade de outras espécies nativas da mata atlântica em toda sua área de ocorrência.
Eventualmente é vista comendo pequenos insetos e suas larvas, como lagartas e cupins em revoada. Por ser um frugívoro generalista, pode alimentar-se também de frutos exóticos em comedouros, jardins ou quintais de casas, como banana, mamão, laranja, frutos de palmeiras exóticas, Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), Schefflera actinophylla, Magnólia-amarela, etc
Reprodução
É uma ave monogâmica que atinge a maturidade sexual aos 12 meses. Faz um ninho tipo tigela que é compacto e construído por ambos os adultos com grama e folhas, e forrado com materiais macios. Este ninho fica geralmente escondido na vegetação, entre folhas de árvores ou matagal, ou ainda em plantas ao longo do tronco e galhos. A época de reprodução da saíra-sete-cores ocorre entre novembro e fevereiro no Brasil, entre novembro e dezembro, no Paraguai, e em novembro no nordeste da Argentina.
A fêmea põe de 2 a 4 ovos pálidos, de coloração branco rosada com manchas marrons ou cinzentas. A incubação dura de 15 a 17 dias e é feita pela fêmea. O jovem deixa o ninho entre 14 a 18 dias após a eclosão dos ovos. Eles ainda dependem de pais para comida por algumas semanas após a saída do ninho. Os jovens de ninhadas anteriores podem acompanhar os adultos por vários meses durante o primeiro ano.
Hábitos
Pode ser encontrada em todos os estratos da floresta atlântica e nas matas baixas do litoral, onde é muito frequente. Esta espécie pode ser visto aos pares ou em pequenos grupos, às vezes com até 20 aves. Eles podem se juntar a bandos mistos de forrageamento. Eles costumam procurar comida entre 9 e 25 metros acima do chão da floresta. Pode forragear ao longo das bordas da floresta e também em áreas antropizadas.
Esta pequena ave é muito ativa durante o forrageamento, realizando alguns movimentos acrobáticos, enquanto ficam pulando nos ramos, recolhendo alimento na superfície das folhas e cascas da vegetação. Ele também inspeciona os lados dos ramos nus, inclinando-se para baixo várias vezes. Ele é capaz de manipular os frutos com o bico, a fim de remover as sementes e para alcançar a polpa.
Distribuição Geográfica
Esta espécie é encontrada a partir de terras baixas com menos de 900 metros, mas eles são mais frequentemente visto em baixa altitude. É uma espécie bastante comum no sudeste brasileiro. Ocorre da Bahia e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, também ocorre no sudeste do Paraguai e no nordeste da Argentina.