Cultivo acontece na cidade há pelo menos 70 anos e atualmente é o sustento de 180 famílias.
Atibaia ganhou o título de Capital Nacional do Morango na última terça-feira (28). A cidade, que sempre teve uma parte importante de sua economia voltada para o plantio da fruta, agora passa ter prioridade no acesso a recursos federais na área de infraestrutura para o turismo e também para a promoção cultural. O reconhecimento oficial faz parte de uma trajetória iniciada há cerca de 70 anos que transformou a cidade em referência no plantio da fruta.
Atibaia foi pioneira na produção de morangos em escala comercial no Estado de São Paulo. O plantio da fruta começou entre as décadas de 1950 e 1960, quando imigrantes japoneses chegaram na região em busca de um local que pudessem se estabelecer e fazer plantações de batatas e morango. Foi por meio de famílias pioneiras no cultivo como a Kikuti, Urashima, Kagi, Nakasu, Nakano e Inui, que a cultura da produção do morango se estabeleceu na cidade.
Além das famílias japonesas, famílias italianas, como os Tricoli, Maziero e Spinassi, também são responsáveis pela difusão do fruto na região. De acordo com Oswaldo Maziero, diretor da Associação de Produtores de Morangos de Atibaia, as técnicas de cultivo trazidas pelos japoneses foram sendo adaptadas e a forma de plantar foi sendo modificada.
"Meu pai começou a cultivar morango depois de aprender a plantar com um japonês imigrante", conta.
De acordo com a Associação de Produtores de Morangos de Atibaia, atualmente a cidade conta com 180 famílias na atividade, que cultivam a fruta, mantendo o legado entre antigos e novos produtores. José Roque Doriato, hoje com 53 anos, entrou para o cultivo de morangos aos 23 anos, por influencia de seu sogro, que começou a produzir a fruta em 1977. Atualmente, ele, a esposa e os filhos se dedicam ao cultivo dos morangos, dando seguimento ao que seu sogro começou há 45 anos.